Com uma pequena ajuda dos amigos

Não fosse por meus amigos, esta Newsletter não existiria.

Embora eu sempre tive vontade de fazê-la, eu não conseguia começar.

No final do ano, o Cesão, um amigo de Brasília, me propôs um desafio conjunto. Que ambos começássemos a escrever na primeira semana de janeiro e quem não cumprisse o acordo pagava um jantar para o outro.

E lá se vão quase 20 edições da Extra Mile.

Não foi a aposta, foi o compromisso entre dois amigos que me fez começar.

E o percurso de hoje é justamente sobre isso: a importância da amizade no nosso desenvolvimento.

Essa semana recebi a visita do Mateus, um amigo de Porto Alegre.

A primeira coisa que ele propôs (sabendo do que gosto) foi: “Vamos dar uma corrida?” 

Respondi: “Cara, não sei se consigo sustentar tua velocidade, mas bora!”

Minha média de corridas estava em 6-7km por treino a uma velocidade de 11.5km/h (ainda não estou 100% recuperado das lesões).

Aquele treino acompanhando o Mateus corri 10km com uma velocidade de 13km/h. Fazia pelo menos 6 meses que não entregava um treino assim.

O motivo?

Eu tinha um amigo pra me puxar, pra dar ritmo.

Às vezes é tudo o que a gente precisa.

Seja no exemplo do Cesão ou o do Mateus, meu desempenho foi substancialmente melhor, tracionado pelo incentivo dos amigos.

Na corrida, enquanto estava correndo sozinho, minha tendência era de manter um ritmo confortável.

Não tenho provas em vista, estou me recuperando de lesão, etc... (desculpas que a gente se conta para treinar mais leve...)

O problema é que se eu fizer isso por muito tempo, aquilo se torna meu novo normal e eu passo a desperdiçar um potencial de resultado que estava ali e eu paro de evoluir.

Mas ali, do lado de alguém um pouco mais rápido, o corpo simplesmente responde e consegue acompanhar. Com isso eu vejo que é possível correr nesse ritmo e passo a adaptar meus treinos.

Na vida profissional, acontece o mesmo: colegas e amigos mais avançados nos fazem sair da zona de conforto e performar melhor.

Fazendo um paralelo com a parte de dados, acompanhar o ritmo de amigos que estão performando melhor nada mais é do que ter benchmarks ou referências de mercado que estão performando melhor.

Claro que você pode (e deve) sempre se medir em relação a si mesmo, mas sem os referenciais corretos como inspiração, pode não saber avaliar de fato como você está e o quão longe você pode chegar.

Outro ponto sobre amizade que me fez refletir bastante essa semana foram algumas reuniões e conversas que tive sobre a empresa.

Falei conversas, mas foram quase duas “surras” que tomei de amigos em cima de pontos cegos que eu tinha.

Uma delas vou compartilhar com você para o caso de você estar trancado para começar alguma coisa, como eu estava.

Eu preciso colocar alguns testes com IA em prática na empresa, algo que me exige bastante foco para desenvolver e que, na rotina do dia-a-dia, é complexo. Falei para uma pessoa nessa semana que precisaria de uma ou duas semanas focadas para isso.

Ao contar isso, ela me respondeu: “César, não me leva a mal, mas você conseguiu ficar mais tempo do que isso viajando em lua de mel e tudo na empresa rodou bem. Você consegue parar uma ou duas semanas para colocar isso em prática”.

Soco no estômago e a mais pura verdade. Já fechei dias inteiros para andar com isso nas próximas semanas.

Agora, ela poderia ter ido na linha de “Nossa, é verdade, nossas rotinas são muito puxadas”. Eu me sentiria confortado, mas não sairia do lugar.

Em uma época em que as pessoas muitas vezes preferem falar o que você quer ouvir ao invés de te dar a real, ter amigos que escolhem o caminho difícil e falam o que você precisa ouvir é valiosíssimo.

São essas pessoas que você precisa por perto para ganhar maturidade e clareza na tomada de decisões.

São essas pessoas que vão te acelerar o crescimento e te apontar os pontos cegos.

Novamente, podemos traçar o paralelo.

Assim como um bom amigo nos mostra a verdade nua e crua, os dados podem fazer o mesmo por você e pela sua empresa.

Eles não mentem para te agradar. 

Ignorar um dado relevante é como ignorar o conselho sincero de alguém que quer o seu bem: pode até ser confortável, mas certamente será prejudicial a longo prazo.

Em tempo, agradeço demais aos amigos citados e todos não citados pelo apoio e pelos socos no estômago.

Eu não poderia pedir por amigos melhores.

Espero que tenha curtido o percurso de hoje.

Grande abraço, 

Mazzillo

Dados no Cotidiano 

Ao falar de amizade, não posso deixar de comentar o impacto que a digitalização e as redes têm tido nessa frente, principalmente em pessoas mais jovens que buscam cada vez mais manter o relacionamento com os amigos via redes.

Um estudo divulgado em abril deste ano nos Estados Unidos mostrou que cerca de 39% dos adolescentes relatam que as redes sociais os fazem sentir sobrecarregados com dramas, 31% sentem pressão para postar conteúdos populares, e 27% dizem que essas plataformas os fazem sentir-se pior sobre suas próprias vidas.

Se olharmos como isso impacta meninos e meninas de forma diferente, vemos que as mulheres sofrem muito mais. Elas são mais propensas a relatar experiências negativas nas redes sociais, como sentir-se excluídas por amigos (36% vs. 26%) e sentir-se pior sobre suas próprias vidas (34% vs. 20%).

Se quiser ler o estudo completo (muito detalhado por sinal), o link está aqui

Vá uma milha a mais:

Para seguir no tema da News, quero te fazer um convite para a sua empresa na milha extra da semana. Quer uma ajuda sincera de um amigo com a parte de inteligência de dados da sua empresa? Me responda  essa newsletter e vamos marcar um horário para eu te ajudar!