Uma maratona de milhas extras

A jornada está apenas começando

Essa é uma edição especial.

Bom, pelo menos para mim. Espero que consiga torná-la especial para você também.

Essa é a 27ª edição da Extra Mile.

Isso significa que percorremos juntos 26 milhas extras. Atingimos uma maratona!  

(26 milhas equivalem à 42km, uma maratona)

Se você já completou uma maratona, conhece alguém que a fez ou até mesmo acompanhou alguma pessoa, sabe que cada quilômetro traz consigo uma lição valiosa.

Os quilômetros iniciais trazem a empolgação, a novidade e um pouco bastante de ansiedade também.

Depois vamos para quilômetros que exigem persistência e resistência, quilômetros que parecem que não vão acabar nunca, mas que nos permitem belas reflexões (ainda mais tentando não prestar atenção nas dores que começam a surgir).

Então vem a dificuldade e a chegada está próxima, mas a dor já é demais para ignorar. São os quilômetros da emoção, aqueles que corremos com o coração e não com os pés.

Até que cruzamos a linha de chegada, a sensação de dever cumprido e a posterior reflexão de que o mais gratificante é o processo que nos trouxe até aquele momento.

Essa edição especial da nossa Extra Mile é dedicada a pensar sobre as principais reflexões da nossa primeira maratona. 

Fiz questão de estruturá-la de uma forma diferente. 

Pequenos resumos do que mais me marcou enquanto relia cada uma das edições.

Organizei o texto como se fosse uma maratona (desde antes da corrida começar até a sensação única da pós-corrida), me valendo muito do que meus amigos me contaram -dado que ainda não completei a minha .

O planejamento da Corrida: como se preparar mentalmente para um desafio.

A Consistência é o Caminho (Edição: "2100 Milhas e uma a mais")

Assim como uma maratona exige um ritmo constante, o sucesso nos negócios e na vida profissional também depende de consistência. A ideia de que os grandes resultados vêm com o tempo, não de uma grande explosão de esforços, é algo que precisa ser internalizado em qualquer organização.

No mundo dos dados, isso significa aprimorar continuamente seus processos de coleta e análise, em vez de esperar por resultados milagrosos de um único esforço. Cada pequeno passo é uma vitória em si.

Esteja Preparado para o Improvável (Edição: "Planejamento e Adaptação")

"Se você não planejar, planeje-se para falhar." Esse ditado nunca foi tão relevante no mundo dos negócios, e ficou ainda mais claro com o conceito de planejamento por cenários. Criar três possíveis cenários — negativo, base e positivo — não é apenas uma precaução, é uma estratégia fundamental para garantir que você tenha respostas para qualquer eventualidade.

Este modelo se aplica tanto a análises de dados quanto ao planejamento de negócios, especialmente quando se trata de adaptação às mudanças rápidas do mercado.

Os quilômetros iniciais: como não se atrapalhar com a empolgação.

Pense no Longo Prazo: A corrida vai muito além da Linha de Chegada (Edição: "Foi o Carbono?")

Nos negócios e na vida, é fácil se deixar levar pela urgência das metas de curto prazo. Mas, como aprendemos, subestimar o que você pode conquistar em anos é um erro estratégico. Uma visão de longo prazo exige paciência, disciplina e um planejamento detalhado.

O exemplo da corrida é a metáfora perfeita: a verdadeira vitória vem quando conseguimos enxergar além do presente imediato e pensamos no que podemos alcançar ao final de uma trajetória longa e consistente.

Aprenda a interpretar os dados para tomar a decisão correta (Edição: “De volta aos princípios”)

Falamos bastante sobre a habilidade de interpretar os dados corretamente. Em uma corrida, você pode olhar para seu desempenho e ver números sem saber o que eles realmente significam. No início de uma maratona, você pode pensar que está muito bem, forçar o ritmo e não ter forças para concluir. Saber tomar essa decisão não vem dos dados, vem da experiência conquistada com dados.

Da mesma forma, nas empresas, é necessário aprender a transformar dados em conhecimento, sabendo como questionar e buscar o contexto adequado. A IA pode ser uma excelente ferramenta, mas ela só é eficaz se usada com sabedoria e análise contextual.

Nessa edição, te mostrei algumas perguntas feitas ao ChatGPT sobre a minha frequência cardíaca, destacando como a diferença entre perguntar com dados brutos, informações e conhecimento é a chave para uma decisão eficaz. 

Assim como na corrida, onde cada informação é vital para o ajuste do treinamento, no mundo dos negócios, é o mesmo com os dados.

O meio da prova: a dificuldade que temos que superar para chegar no objetivo.

Contexto é Tudo (Edição: "Contra Dados Há Sim Argumentos")

O relógio de um corredor lhe dá dezenas de dados a cada segundo. Velocidade média, ritmo, frequência cardíaca, distância percorrida, etc...

O problema é que cada dado que ele lhe joga ao longo do caminho significa diferentes situações dependendo do quilômetro que você está e de como você planejou a sua prova (além de todo o contexto de temperatura do dia).

Os dados, por si só, são inúteis. O segredo está em saber contextualizá-los para transformar simples números em decisões estratégicas (no nosso caso da corrida, a decisão de segurar o ritmo, forçar ou manter, por exemplo).

O conceito fundamental aqui é simples: o contexto é mais importante do que o dado em si. Como exemplo, quem nunca se viu em uma análise que parecia perfeita, mas que no final entregou uma visão distorcida? Isso ocorre quando os dados são tirados de contexto, levando a conclusões precipitadas e decisões erradas.

Esse conceito é um alicerce quando falamos de estratégia. Sem saber interpretar, você simplesmente segue o fluxo sem compreender as razões pelas quais uma decisão foi tomada.

Reconheça Padrões (Edição: "Ar Rarefeito")

Um dos maiores ensinamentos que tivemos foi a importância de reconhecer os padrões nos dados. Isso não significa apenas ver números, mas conectar as variáveis e ver a história que os dados têm para contar.

Esse conhecimento no percurso de uma maratona é fundamental, estar atento ao que o seu corpo está dizendo, a dor que você está sentindo e poder relacionar ao que você fez no treino para seguir correndo pode ser o fator decisivo para você acabar a prova bem.

Lembre-se: dados nem sempre trazem respostas. Às vezes, eles são ferramentas para perguntas melhores.

Os quilômetros finais: como calibrar a emoção.

Tenha amigos para puxar o seu ritmo (Edição: “Com uma pequena ajuda dos amigos”)

O final de uma corrida é osso. A mente nos sabota o tempo todo.

Mas, basta um amigo vir nos ajudar a terminar, que a força volta (e volta dobrada algumas vezes).

Ter alguém mais rápido ao seu lado pode melhorar seu desempenho, assim como amigos e colegas de trabalho mais avançados podem elevar seu nível. 

Este paralelo com dados ilustra como ter mentores e pessoas para trocar, assim como saber quais são os benchmarks e referências corretas no mercado podem nos ajudar, não só a melhorar nossas decisões, mas também a executá-las.

Ao cruzar a linha de chegada, valorize o processo (Edições “Apaixone-se pelo processo” e “Branco, Tinto ou Rosé”)

As pessoas não concluem uma maratona na corrida de 42km. Ela é fruto de um processo muito mais longo, muitas vezes de anos. Uma infinidade de decisões fazem você cruzar a linha de chegada.

É claro que a emoção está no momento - e deve ser assim. 

Agora, depois da poeira baixar, entender racionalmente que aquilo só foi possível dado todo o esforço dedicado em muitos e muitos treinos é um dos maiores ensinamentos que alguém pode ter.

Muitas empresas cometem o erro de focar apenas na ideia ou no resultado, sem entender a importância do processo. 

Elas precisam entender que a execução contínua e o respeito ao processo são os maiores responsáveis pelo sucesso. 

Vimos na história de Walt Disney como foi fundamental a soma de grandes ideias e decisões com um detalhado processo de execução para que o império que conhecemos hoje fosse construído. 

A linha de chegada: na verdade, é apenas o começo de uma nova jornada.

Não, não tenho textos para essa parte, afinal, ainda teremos muitas maratonas juntos na The Extra Mile para escrever novas linhas.

Muito obrigado a você que me lê todo Domingo. Escrever esses textos me ajuda imensamente, espero que, de alguma forma, ajude você também.

Seu momento de refletir

Acredito que, assim como a reflexão após uma maratona, a pergunta que temos que nos fazer aqui é: “O que eu aprendi até aqui?”

Ficaria muito feliz se você compartilhasse comigo.

Que essa extra mile inspire você a dar aquele passo a mais no uso de dados para impulsionar suas decisões. Afinal, 26 milhas podem ser só o começo de uma maratona incrível.

Grande abraço e até as próximas 26 milhas,

César Mazzillo

Dados no Cotidiano:

A minoria que sabe analisar

Segundo a Harvard Business Review, apenas 3% dos dados coletados pelas empresas são efetivamente utilizados para gerar insights relevantes. Isso mesmo: 97% dos dados ficam subutilizados ou sequer analisados.

Agora pensa comigo: estamos em uma era em que toda empresa fala de “tomada de decisão baseada em dados”. Mas se só 3% são usados de forma inteligente, será que essas decisões são realmente orientadas por dados — ou por achismos com um gráfico bonitinho por cima?

Essa estatística revela um problema estrutural em muitas empresas (inclusive nas grandes):

  • Coleta sem propósito: muita gente armazena tudo o que consegue, sem saber exatamente o que está buscando.

  • Falta de contexto: dados são olhados de forma isolada, sem comparação, sem referencial.

  • Pouca interpretação: o dado é até apresentado, mas ninguém para e pergunta: “O que isso realmente quer dizer?”

  • Decisões decorativas: se os dados não sustentam a narrativa, eles são ignorados. Se sustentam, viram PowerPoint.

Esse número de 3% não diz respeito só a ferramentas ou dashboards. Ele é um reflexo direto da maturidade analítica de uma empresa.

E talvez a parte mais provocadora disso tudo: ser uma empresa orientada por dados começa por ser uma empresa que faz boas perguntas. Porque dado sem pergunta certa vira só planilha cheia — e não inteligência de negócio.

Vá uma milha a mais: 

Uma das coisas que mais fiz nos últimos anos foi ajudar empresas a entenderem como a inteligência de dados pode melhorar os seus resultados.

Depois de muito buscar os padrões que levam a erros e acertos, ter várias conversas sobre o assunto e uma tonelada de cálculos e análises, desenvolvemos aqui na Witly um Diagnóstico de Maturidade de Dados!

Ele mostra como sua empresa está frente ao que deveria (pelo nicho e porte), riscos e oportunidades frente a esse cenário e caminhos para resolver a situação. São anos de conhecimento de análise de empresas compilado em um diagnóstico.

Quem quiser fazer o teste da sua empresa e entender o impacto de uma boa (ou má) utilização dos dados, é só clicar aqui.